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Foto do escritorAriane Angioletti

É necessário cuidar de quem cuida

Atualizado: 18 de jan. de 2020

O cuidado das pessoas idosas e mesmo das pessoas com a necessidade de cuidados, ainda ficam sob a responsabilidade de cuidadores familiares.


A Academia Nacional de Ciência, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos divulgou um estudo em 2018 sobre cuidadores familiares e um dado chama a atenção.


A maioria dos cuidadores familiares (63%) morrem antes do que as pessoas que estão sendo cuidadas por eles próprios. Este é um reflexo da sobrecarga física e emocional a que são submetidos os cuidadores familiares.


Pesquisas apontam que a partir do segundo ano como cuidador familiar, o nível de estresse chega a tal ponto que o cuidador pode perder o controle emocional e desenvolver doenças pela falta de cuidados próprios.


As famílias geralmente "elegem" um cuidador e este entra numa espiral sem direito à descanso, sem tempo para cuidar de si ou dos seus interesses. Cuidadores familiares acabam por abandonar seus planos profissionais, ficam isolados socialmente e não recebem apoio dos demais familiares.


O foco do cuidador familiar é o doente que ele cuida, não restando qualquer atenção para si próprio, ocasionando a morte do cuidador (ou a sua incapacidade de cuidar) ao passo que aquele que é cuidado seguirá recebendo a atenção necessária. Se não pelo cuidador afetado, por um substituto que, enfim, surgirá.


Tenho dado a sugestão para que as Unidades Básicas de Saúde criem grupos de apoio aos cuidadores. Um espaço onde possam ter seus anseios, dúvidas e dores ouvidos. Ondem possam receber orientação de profilaxia, de prevenção de lesão e de cuidados de saúde para eles mesmos.


Este é um movimento que vem surgindo, timidamente, nos hospitais que tratam doentes com diagnósticos degenerativos ou incapacitantes e que acolhem seus cuidadores e familiares.


Leia mais textos e informações sobre envelhecimento e direito do idoso: https://www.arianeangioletti.com/artigos


E não esqueça de compartilhar o texto, curtir as minhas redes sociais e colaborar com a disseminação das informações sobre envelhecimento.

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