O diagnóstico do início de um quadro demencial vem sempre acompanhado de medo e de muitas dúvidas. Infelizmente as famílias acabam por não falar sobre a doença e do seu desenvolvimento, como se, não falando a respeito, a doença fosse parar de progredir.
Costumo orientar as famílias para que falem abertamente sobre os diagnósticos de doenças que não possam ser revertidas ou de difícil reversão. Falar sobre os medos, anseios, desejos e, especialmente, manter a autonomia do paciente é o melhor caminho.
1. Não evite o assunto, pois há muito para ser dito! Seus medos, inseguranças, possibilidades de tratamento ou mesmo o que esperar com a evolução da doença. Você também pode orientar seus familiares sobre questões jurídicas!
2. E se precisar de um curador no futuro? Mesmo que esta ideia traga desconforto, você pode conversar a respeito com as pessoas próximas e indicar quem gostaria que desempenhe esta função, caso seja necessário. Tem bens ou investimentos?
3. Você pode realizar um planejamento sucessório - ou apenas um testamento e ficar com a tranquilidade necessária para focar apenas na sua saúde e bem estar.
4. Já ouviu falar da Tomada de Decisão Apoiada? Ela pode ser muito útil ao longo da evolução da doença, mantendo você à frente das decisões da sua vida, enquanto sua autonomia perdurar.
5. Pode ser necessário que você indique alguém como procurador, caso você tenha dificuldade física ou motora e estando com a sua autonomia preservada.
6. Você já ouviu falar da diretiva antecipada de vontade? É um documento onde você registra as orientações a respeito dos limites para as intervenções e tratamentos de saúde.
7. Para a construção destes documentos de maneira segura e adequada, procure um(a) advogado(a) da sua confiança e tire todas as suas dúvidas.
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